Conforme a ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, os dois jornalistas espanhóis, David Beriain e Roberto Fraile, produziam um documentário sobre as medidas tomadas por Burkina Faso para proteger os parques e recursos naturais da caça furtiva.
Beriain era um repórter de guerra veterano que já havia passado pela extinta agência espanhola da CNN. Nos últimos anos, se dedicava à própria produtora, especializada em documentários sobre atividades ilegais.
Já Fraile trabalhava para a emissora espanhola CyLTV. Jihadistas já o haviam ferido na Síria no final de 2012, enquanto cobria o Exército Sírio Livre, principal facção contra o regime de Bashar al-Assad.
O Ministério das Relações Exteriores da Irlanda não deu detalhes sobre o jornalista morto no país africano. “O consulado está em contato com a família do cidadão irlandês e fornece todo o apoio possível”, disse a embaixada em nota. Até agora, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Violência em Burkina Faso
Um dos países mais pobres do mundo, Burkina Faso luta contra uma insurgência de grupos ligados à Al-Qaeda e Estado Islâmico desde que extremistas armados dominaram partes do vizinho Mali, em 2015.
O diário turco “Daily Sabah” descreveu a área como “perigosa” e “lotada de terroristas, jihadistas e bandidos”. Assassinatos de estrangeiros não são inéditos no país. Em janeiro, terroristas teriam sequestrado um padre no sudeste do país, cujo corpo foi encontrado pouco depois em uma floresta.
Civis encontraram um imã da cidade de Djibo, no norte, morto três dias depois de desaparecer em uma viagem. As marcas de violência apontam que o clérigo muçulmano foi sequestrado por grupos armados locais.