Apesar dos dados serem comprometidos pela cultura de não-documentação dos óbitos na África, a fragilidade econômica do país colaborou para impulsionar os casos. Cerca de 40% da população vivia abaixo da linha da pobreza em 2017, conforme o Banco Mundial.
Ao todo, são 670 mortes e 17 mil contaminados por Covid-19 em Eswatini – 1,4 mil casos a cada 100 mil habitantes, a maioria confirmada após um surto entre janeiro e fevereiro. Pouco antes, em dezembro, o então primeiro-ministro Ambrose Dlamini morreu após se contaminar com o vírus.
Alta incidência de HIV
A alta incidência de HIV na população preocupou as autoridades logo no início da pandemia. Conforme apurou a emissora VOA (Voice of Africa), mais de 27% da população de Eswatini está infectada pelo HIV. A ministra da Saúde, Lizzy Nkosi, contudo, negou que os pacientes soropositivos tenham morrido mais em decorrência da Covid-19.
“O HIV acabou não sendo um fator tão importante”, disse. “Em uma auditoria recente, descobrimos que 82% das pessoas que morreram pela Covid-19 tinham comorbidades como diabetes, pressão alta ou a combinação dessas doenças. O HIV estava no fim da lista”, relatou.
Eswatini só começou a vacinar os profissionais da saúde contra o coronavírus no dia 19, após recebimento de doses via iniciativa Covax, da OMS (Organização Mundial da Saúde).