Estupro sistemático
Testemunhas relataram um “estupro sistemático” contra os cidadãos de Tigré. “Há estupros coletivos e violência sexual especialmente perturbadores e alarmantemente generalizados”, disse Lowcock. Segundo ele, a maioria dos estupros é cometida por “homens uniformizados”.
Também há relatos do uso da fome como arma de guerra. “Há 150 pessoas morrendo de fome no distrito de Ofla Woreda, ao sul de Mekelle”, afirmou o alto funcionário à emissora VOA (Voice of America). “É um sinal do que está por vir se não fizermos nada”.
Uma reportagem lançada pela Anistia Internacional na segunda (12) aponta que tropas da Eritreia abriram fogo contra civis na cidade de Adwa. O suposto ataque “não provocado” teria matado pelo menos três pessoas e ferido outras 19.
As forças de Adis Abeba tomaram o controle de Tigré em novembro de 2020 depois de culpar a TPLF (Frente de Libertação do Povo Tigré), que domina a região, por “desobediência civil” após prosseguir com uma eleição local. O governo federal adiou o pleito por conta da pandemia.
Foi o início de uma disputa violenta no governo de Abiy Ahmed, agraciado com o Nobel da Paz de 2019 por reaproximar os países vizinhos após 20 anos de confrontos. O acordo de paz não reduziu as diferenças entre a Eritreia e o TPLF, que continuaram adversários.