Segundo ela, há uma nova e ainda mais agressiva onda de expurgos políticos instigados pelos governo de Putin. “Ele mudou da perseguição precisa de opositores selecionados para uma pressão mais ampla sobre os críticos na Rússia”, relatou.
O líder da oposição exilado e ex-legislador Gennady Gudkov compara a situação atual com o regime de Joseph Stalin, que governou a Rússia de 1927 a 1953. Segundo ele, a única diferença é que não há execuções em massa. “Todo o resto copia o modelo de Stalin”, disse.
É comum ao Kremlin tentar eliminar qualquer oposição ao governo, afirma. Sob Putin, Moscou adotou leis que restringem a liberdade da mídia e dificultam o registro dos partidos contrários ao governante Rússia Unida. Organizações humanitárias financiadas pelo ocidente foram designadas como “agentes estrangeiros”.
Mais prisões
Além dos críticos mortos – como a jornalista Anna Politkovskaya, a defensora dos direitos humanos Natalya Estemirova e o político oposicionista Boris Nemtsov –, o governo russo acentuou a repressão ao prender e condenar ativistas contrários ao regime autoritário russo.
O físico Viktor Kudryavtsev, morto no dia 30 aos 78 anos por câncer, enfrentou um julgamento por suposta “alta traição”. Moscou o acusou de passar informações sobre armas hipersônicas da Rússia para “serviços de inteligência estrangeiros” um ano antes de sua morte.
O advogado Ivan Pavlov, que defende Navalny, classificou as acusações como “absurdas e forjadas”. Poucas horas depois, agentes russos invadiram o quarto de hotel onde estava em Moscou e o detiveram por “revelar detalhes de uma investigação em andamento”.
Além dele, dezenas de advogados, escritores e jornalistas já relataram algum tipo de perseguição policial ou ataque de agentes não identificados.