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Distrito Federal

Ipês colorem o DF na seca, a caminho da primavera – Agência Brasília

Amarildo Mota

Públicado

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Ipês-amarelos: no cenário castigado pela seca, ouro em pétalas colore a cidade | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Enquanto a primavera se aproxima – oficialmente, a estação começa em 22 de setembro –, moradores do Distrito Federal já podem ver ipês floridos de várias cores espalhados pelas 33 regiões administrativas (RAs). Neste ano, todos floresceram juntos: dos tradicionais amarelos aos exóticos verdes.

Responsável pela arborização e manutenção de árvores, a Companhia da Nova Capital (Novacap) tem catalogados 230 mil ipês, e a previsão é de plantar mais 40 mil até abril do próximo ano. De janeiro até agora, foram 30 mil novas mudas em diversos pontos da cidade.

230 mil Quantidade de ipês catalogados no DF

O diretor do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva, conta que a plantação começa pela coleta das sementes nos estados de Goiás, Minas Gerais e Tocantins. “Em seguida, trazemos para os nossos viveiros para o processo de germinação”, relata. “Geralmente, as mudas ficam prontas após três anos. No caso do ipê-amarelo, por exemplo, acontece de florir no primeiro ano”.

De acordo com Silva, as mudas são plantadas no período chuvoso, entre outubro e abril, para que desabrochem entre junho e setembro. Porém, este ano foi possível notar a florada dos primeiros ipês-roxos em maio. Segundo o diretor, as condições climáticas atípicas, como a incidência do frio antes do período esperado, anteciparam o desabrochar da espécie.

Características

Com nome de origem indígena, o ipê possui várias espécies e se adapta a climas tropicais. Doutora em ecologia, a professora do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) Carmen Regina Correia explica que, geralmente, a sequência das cores da floração é roxa, amarela, rosa, branca e verde. “Isso não quer dizer que em outras épocas do ano essas cores sigam essa ordem ou que não floresçam simultaneamente”, pontua. “Este ano, por exemplo, o ipê-roxo começou em maio”.

Ipês-rosa formam alamedas pelas vias do DF | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Com relação ao tamanho e tempo de vida, a professora lembra que tudo depende da espécie e das condições do ambiente. “Cada uma tem uma especificidade, como porte, casca, florescimento, copa, entre outras. Em ambientes como matas, eles são maiores e duram mais. No DF, estima-se que sobrevivam 30 anos, como outras árvores do Cerrado”.

“Ipê-TG”

No começo deste ano, duas mil mudas de ipês foram plantadas pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG). A mudança na paisagem fez o local ganhar o apelido de “Ipê-TG” pela quantidade de árvores que vão colorir o local. São espécies das cores amarela, branca, rosa e roxa.

As árvores vão ocupar os 11 km urbanos da rodovia, tecnicamente chamada de DF-085. Considerada uma das mais movimentadas do DF, a EPTG corta Guará, SIA, Vicente Pires, Águas Claras e vai até a região central de Taguatinga. Diariamente, cerca de 120 mil veículos circulam no local.

Ipês-brancos espalham a sensação de que flocos de neve brotam das árvores | Foto: Paulo H Carvalho/Agência Brasília

Plantio irregular

Raimundo Silva  alerta que quem pretende plantar árvores em área pública precisa pedir autorização à Novacap.  “As que não são específicas para o solo do DF podem criar inúmeros problemas, como doenças, pois uma espécie transmite para outra”, ensina. “Há umas que sugam mais os minerais do solo, tornando-o improdutivo. Também acontece de a árvore crescer muito e danificar a parte estrutural de um imóvel”.

A Novacap também não faz podas em áreas privadas e nem em órgãos públicos que têm contrato específico para esse tipo de serviço – exceto em casos de risco de desabamento que resulte em ação da Defesa Civil. As equipes também não podem executar podas em rede de energia elétrica ou a cinco metros dela por questão de segurança. Quem faz esse serviço é a Companhia Energética de Brasília (CEB).

Quer solicitar autorização para plantar uma árvore em área pública? Basta ligar gratuitamente para a Ouvidoria, pelo telefone (61) 3403-2626.

Fonte: Agência Brasilia

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