Distrito Federal
Drenar DF: Águas pluviais vão descer para galerias em 306 novas bocas de lobo
Você com certeza já ouviu falar sobre as obras do Drenar DF, o maior programa de captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), fruto de um investimento de R$ 180 milhões. Para além das obras subterrâneas, que ocorrem sem qualquer interferência nas vias públicas, são executados serviços que vão possibilitar o escoamento das águas das chuvas para as galerias construídas debaixo da terra.
O programa prevê a instalação de 306 unidades de entrada de bocas de lobo. Desse total, cerca de 180 já foram finalizadas. Todos esses pontos serão um reforço à rede de captação de águas já existente. “É uma rede complementar”, explica Miguel Ferraz, coordenador do contrato de supervisão do consórcio Concremat-Geribello.
“Com isso, estamos aumentando a captação de água diretamente nessas galerias de reforço”, prossegue o gestor. “A rede existente tem suas próprias entradas de captação das águas de chuvas, mas não tem mais capacidade de drenagem. Logo, a rede do Drenar vem para duplicar essa capacidade.”
Ricardo Simplício, gerente de obras do Lote 5 do Drenar DF, reforça: “As bocas de lobo, que podem parecer uma parte pequena da obra, são essenciais para o funcionamento de toda a rede do Drenar DF. Essas unidades vão captar toda a água da chuva que cai para que ela seja concentrada nos túneis. As bocas de lobo são fundamentais para deixarmos todo o sistema funcional”.
Morador de Planaltina, Fabio Elias da Silva, 38, é autônomo e trabalha na Asa Norte. “É comum no período das chuvas a gente ver tudo alagar por aqui, ver carro boiando”, relata. “Essas obras vão melhorar o escoamento das águas na região. Vai melhorar para todo mundo e dar mais fluidez ao trânsito no período das chuvas”.
Avanços em etapas
106
Número de poços de visita já escavados e com montagem concluída
As obras do Drenar DF caminham para a etapa final. De um total de 7,7 km de túneis projetados, 7,3 km já foram executados, tendo sido 5,7 km deles concretados para facilitar o escoamento da água e reforçar a proteção dos anéis de aço corrugado que estruturam as galerias.
Dos 107 poços de visita (PVs) projetados, 106 tiveram a escavação e montagem concluídas e outros ainda estão em andamento. As entradas de acesso à rede têm profundidade média de 11,32 metros, e algumas chegam a 21,3 metros de altura – o equivalente a um prédio de seis andares.
O programa é executado em etapas. A primeira abrange as imediações da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha), passando pelas quadras da Asa Norte 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando as W3 e W5 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da Via L2 Norte, chegando à L4 Norte, próximo ao Setor de Embaixadas Norte.
Está sendo construída uma nova rede, que duplicará a capacidade do sistema existente. Além disso, a bacia foi criada para que a água das chuvas possa perder energia, decantar e diminuir a velocidade antes de ser lançada no Lago Paranoá. Tudo forma um sistema complexo que vai resolver os problemas de alagamentos e enxurradas no início da Asa Norte.
A Terracap está com o projeto pronto para a segunda etapa, que compreende as quadras 4 e 5 até as quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.
Parque Internacional da Paz
A construção da lagoa é a ponta final do programa. Localizada dentro do Parque Urbano Internacional da Paz, a bacia terá a dupla função de reduzir a pressão do volume de água que desemboca no Lago Paranoá e permitir que tanto a terra quanto o lixo arrastados pelas enxurradas possam ser filtrados e decantar no fundo da lagoa, viabilizando a requalificação das águas pluviais captadas.
O parque que hospeda a lagoa ficará localizado no Setor de Embaixadas Norte, em frente ao Iate Clube, próximo à via L4. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies para sombreamento, como magnólias-do-brejo, aroeiras-vermelhas e copaíbas, e frutíferas, a exemplo da aceroleira, pitangueira, amoreira, jabuticabeira e goiabeira.
O projeto, desenvolvido pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e seguindo exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão contornando o parque.
Fonte: Agência Brasilia
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