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Irã e Israel trocam acusações na ONU e reafirmam direito à defesa

Amarildo Mota

Públicado

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A reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) colocou frente a frente as representações diplomáticas do Irã, Israel e Estados Unidos, países envolvidos em um conflito que colocou o mundo em alerta.

O representante permanente de Israel nas Nações Unidas Danny Danon iniciou sua fala dizendo que a noite de sábado (21) mudou a história mundo ao se referir ao ataque dos Estados Unidos (EUA) às usinas nucleares em Fordow; Natanz e Isfahan. “Os EUA líder do mundo livre eliminaram a maior ameaça existencial para o mundo livre”. 

Para Danon, hoje, o mundo inteiro deveria agradecer aos EUA por eliminar a maior ameaça ao mundo atual. O representante israelense criticou quem denuncia os Estados Unidos e Israel pelos ataques.

 “Onde estavam vocês quando o Irã enriqueceu urânio acima dos níveis necessários para uso civil e quando enterrou fortalezas inteiras embaixo de montanhas para se preparar para exterminar Israel? Onde estavam vocês quando o Irã converteu as negociações em um teatro e engano de estratégias? Onde estavam vocês? Vocês não disseram nada. Foram cúmplices, tiveram medo. Foram meros expectadores.”

Repúdio

Em sua intervenção, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani disse que seu país dará resposta proporcional contra os ataques feitos por Israel e pelos Estados Unidos. 

“Como nação independente, o Irã se reserva o direito pleno e legítimo de defender-se contra esta flagrante agressão dos Estados Unidos e do governo israelense. A magnitude da resposta que dará o Irã será determinada por suas Forças Armadas”, afirmou o representante iraniano.

Segundo o diplomata, os Estados Unidos, “de maneira temerária”, optaram por sacrificar sua segurança para proteger o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele reiterou que o Irã não tem armas nucleares.

O embaixador exortou o Conselho de Segurança a condenar categoricamente as agressões cometidas contra o Irã, adotar medidas efetivas contra os agressores e responsabilizá-los pelos seus feitos. A reunião do conselho terminou sem que nenhuma resolução fosse aprovada.

Conflito

Acusando o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, Israel lançou um ataque surpresa contra o país no último dia 13, expandindo a guerra no Oriente Médio.

Neste sábado (21), os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. 

O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário.

No entanto, a AIEA vinha acusando o Irã de não cumprir todas suas obrigações, apesar de reconhecer que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica. O Irã acusa a agência de agir “politicamente motivada” e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.

Em março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos afirmou que o Irã não estava construindo armas nucleares, informação que agora é questionada pelo próprio presidente Donald Trump.

Apesar de Israel não aceitar que Teerã tenha armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950. Tal projeto teria desenvolvido pelo menos 90 ogivas atômicas.

 

Fonte: Agência Brasil

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