Distrito Federal

TCU apura possível promoção pessoal de Ricardo Cappelli presidente da ABDI com verba pública

Amarildo Mota

Públicado

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Foto/Isaac Amorim/MJSP.

 

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu apuração sobre uma denúncia que acusa o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, de utilizar a estrutura de comunicação do órgão para promoção pessoal às vésperas do processo eleitoral de 2026. Um parecer técnico do tribunal identificou possíveis irregularidades na execução de um contrato superior a R$ 8 milhões firmado entre a ABDI e a empresa de comunicação e publicidade FSB.

Ricardo Cappelli é filiado ao PSB, foi interventor federal no Distrito Federal após os atos de 8 de janeiro de 2023 e é apontado como um dos pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal nas eleições de 2026. A ABDI é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Segundo o contrato analisado, o acordo com a FSB tem como objetivo exclusivo a comunicação institucional da ABDI, sem previsão para promoção pessoal de seus dirigentes. No entanto, a Unidade de Auditoria Especializada em Contratações da Secretaria de Controle Externo do TCU avaliou que há indícios suficientes para aprofundar a investigação, com a realização de oitivas, análise documental e outras diligências.

O parecer técnico aponta, entre os principais indícios, a realização de 798 impulsionamentos pagos entre agosto de 2024 e outubro de 2025. De acordo com o TCU, essas ações não teriam relação direta com a comunicação institucional da agência, o que levanta suspeitas sobre o uso indevido de recursos públicos.

A denúncia foi apresentada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP), que defende a suspensão do contrato firmado entre a ABDI e a FSB até a conclusão das apurações. Para o parlamentar, as irregularidades apontadas justificam a interrupção do acordo enquanto o caso é analisado.

Caso as investigações confirmem as suspeitas, a conduta atribuída a Cappelli poderá ser enquadrada como abuso de poder político e econômico. As penalidades previstas incluem desde multa até a possibilidade de cassação de eventual candidatura, a depender das conclusões do TCU e de eventual análise da Justiça Eleitoral.

 

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