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Distrito Federal

Plano Piloto rumo ao fim das enchentes – Agência Brasília

Amarildo Mota

Públicado

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Primeira etapa do projeto será na área mais problemática da região central, o início da Asa Norte | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Uma nova e ampla rede de drenagem vai acabar com os alagamentos e as enxurradas no Plano Piloto de Brasília. O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Terracap, se prepara para lançar o Águas do DF, projeto de construção de três galerias pluviais que atenderão as Asas Norte e Sul. As áreas escolhidas enfrentam problemas históricos de inundações, responsáveis por causar estragos em vias públicas, imóveis e veículos, com enormes prejuízos à população e ao poder público.

A primeira etapa vai atender a área mais problemática da região central: o início da Asa Norte, cenário de repetidos alagamentos e inundações. O projeto está em fase de finalização – análise de orçamento, elaboração do termo de referência e edital para lançar a licitação. O processo é inédito na região e tem previsão de investimento de aproximadamente R$ 100 milhões, de acordo com o presidente da Terracap, Izídio Santos.

“A construção da nova rede não será vista pela população, mas seu impacto positivo será sentido pelos moradores, principalmente das quadras inferiores, que foram as mais afetadas pelos alagamentos”Izidio Santos, presidente da Terracap

Por lá serão construídos 4,83 quilômetros de rede de drenagem entre as quadras com finais 1 e 2. O canal será capaz de receber as águas das chuvas de uma área de aproximadamente 9 quilômetros quadrados.

A nova galeria da Asa Norte terá de 1,2 metro a 3,6 metros de diâmetro – crescente ao longo do percurso – e desagua em uma lagoa de qualidade, responsável por decantar as impurezas e levar as águas mais limpas para o Lago Paranoá. A atual, ainda do projeto de construção da Asa Norte, da década de 70, é quadrada e vai de 0,4 metro a 3 metros de vazão, chegando direto no lago, sem passar por uma bacia.

Percurso

O canal começará próximo ao Estádio Nacional Mané Garrincha e descerá em sentido à via L4 Norte. Passará sob as quadras 902 (próximo ao Colégio Militar), 702, 302, 102, 201/202, 402, e pelas vias L2, até chegar na L4 Norte, no Setor de Embaixadas Norte. A rede atual será preservada e também mantida em atividade.

Toda a obra de escavação e estruturação do canal será subterrânea, sem qualquer comprometimento ao trânsito e fluidez da cidade. “Nós não vamos causar no Plano Piloto a destruição de vias para a abertura de valas. A construção da nova rede não será vista pela população, mas seu impacto positivo será sentido pelos moradores, principalmente das quadras inferiores, que foram as mais afetadas pelos alagamentos”, avalia Izidio.

Primeira etapa do projeto será na área mais problemática da região central, o início da Asa Norte | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

O Águas do DF é projeto aguardado por mais de dez anos e que não saia do papel. Ao ser colocado em execução agora irá ajudar também na revalorização imobiliária da região. Isso porque muitos blocos comerciais e residenciais afetados diretamente pelas inundações perderam valor de mercado, apesar de estarem em uma das áreas mais valorizadas da cidade, próxima à Esplanada dos Ministérios.

Lysa Lobo, de 51 anos, é síndica de quatro blocos na 402 Norte. Alguns prédios na super quadra, principalmente o bloco G, chegaram a ter as garagens invadidas até o teto pelas águas em temporais. À espera de melhorias estruturais, ela aposta no Águas do DF como solução para por fim aos prejuízos e transtornos da vizinhança. “Além de revalorizar as quadras, uma ação dessa grandeza contribui para a segurança e a mobilidade dos moradores.”

Etapas 2 e 3

A construção do canal no início da Asa Norte é a primeira de três etapas do Águas do DF. A segunda inclui a ampliação do escoamento, ainda na Asa Norte, entre as quadras 910/911 e 610/611, que ainda está em fase de elaboração. O outro a ser construído vai da quadra 911 Sul, abaixo do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, até o Parque Ecológico da Asa Sul, na 611, onde também será construída uma bacia de qualidade.

A captação de água do Plano Piloto é muito antiga, da época da construção da cidade e não comporta mais o fluxo das chuvas há muitos anos. “E com o crescimento da cidade, as novas demandas e construções, exige-se a [existência de] uma nova rede. E é o que vai ser feito”, afirma o diretor-técnico da Terracap, Hamilton Lourenço, que acompanha o projeto.

Fonte: Agência Brasilia

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