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EXISTEM PESSOAS QUE MESMO NÃO TENDO ANTICORPOS, SÃO IMUNES AO CORONAVíRUS. É POSSÍVEL?
Por: Amarildo Mota
EXISTEM PESSOAS QUE MESMO NÃO TENDO ANTICORPOS, SÃO IMUNES AO CORONAVíRUS. É POSSÍVEL?
Seis meses após a chegada da pior pandemia do século XXI, persistem importantes dúvidas sobre o nível de proteção das pessoas que superaram a infecção por Coronavírus.
“Este trabalho é o primeiro publicado e revisado por pares que mostra esse dado desalentador”, explica Marcos López Hoyos, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia.
“É preciso confirmá-lo em séries mais amplas de pacientes e fazer um acompanhamento mais longo”, alerta. Esse campo está focada na geração de anticorpos. Essas proteínas são uma das armas que o sistema imunológico usa para bloquear a entrada de vírus nas células do corpo.
Mas os anticorpos são apenas uma das muitas maneiras pelas quais o sistema imunológico humano pode derrotar o vírus, e é possível que haja outras maneiras muito mais importantes de responder às perguntas que continuam a assombrar médicos e cientistas: superar a covid-19 nos torna imunes ao vírus? Por quanto tempo? Há pessoas que têm mais imunidade? E se houver dúvidas sobre a imunidade, como isso pode afetar as vacinas?
Vários estudos publicados recentemente começam a oferecer respostas para essas perguntas. Um deles envia uma mensagem preocupante. O trabalho analisou quase 40 pessoas que se apresentaram voluntariamente em um hospital chinês para atender à chamada das autoridades de saúde, que estavam procurando novas cadeias de contágio. Elas não tinham sintomas, mas os testes mostraram que estavam infectadas.
Este estudo mostra que as pessoas que não apresentavam sintomas segregavam vírus potencialmente contagiosos por mais dias do que pacientes que adoeciam. O que é mais perturbador no trabalho publicado na Nature Medicine, é que os níveis de anticorpos contra o vírus nesses pacientes eram mais baixos, caíam rapidamente com o tempo e, passados dois meses, eram indetectáveis. Se essas pessoas voltassem a entrar em contato com o vírus, não mais teriam anticorpos para bloqueá-lo.
“Este trabalho é o primeiro publicado e revisado por pares que mostra esse dado desalentador”, explica Marcos López Hoyos, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia. “É preciso confirmá-lo em séries mais amplas de pacientes e fazer um acompanhamento mais longo”, alerta.
Fonte: El País
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