Distrito Federal
Pacientes oncológicos ganham força e apoio em grupo semanal

Toda terça-feira, um grupo de homens se reúne no Hospital Regional de Taguatinga para compartilhar experiências que vão muito além do tratamento médico. O Fortalecer, grupo voltado a pacientes com câncer, oferece acolhimento, informação e momentos de descontração para quem enfrenta a doença.
José Ferreira de Souza, 77 anos, participa das reuniões desde março. Ele destaca que o ambiente é fundamental para lidar com o impacto emocional do diagnóstico. “Aqui a gente conversa, ri e encontra coragem para continuar. Sair de casa e vir para esse grupo faz toda a diferença”, afirma.
As reuniões acontecem todas as terças-feiras, a partir das 8h, na área externa do setor de oncologia do HRT. A participação é aberta a todos os pacientes e acompanhantes interessados — basta comparecer.
O Fortalecer não é apenas um espaço de conversa. As atividades incluem orientação sobre cuidados de saúde, exercícios leves, práticas integrativas e momentos de lazer, como dinâmicas em grupo e rodas de conversa. Além disso, o grupo incentiva acompanhantes a participar, fortalecendo vínculos e promovendo um ambiente de suporte mútuo.
Para Leandro Menezes, residente de enfermagem, a iniciativa também busca desconstruir preconceitos sobre homens com câncer. “Muitos acreditam que eles não podem demonstrar fragilidade ou que precisam se isolar. Aqui mostramos que compartilhar experiências é uma forma de resistência e esperança”, explica.
Ary Bento da Cunha, de 75 anos, paciente paliativo, reforça o efeito positivo do grupo. “Eu gosto de vir para mostrar que a vida continua. O câncer não precisa ocupar todo o nosso pensamento. Só me lembro dele quando o celular apita para eu tomar o remédio”, diz.
O acolhimento se estende aos acompanhantes. Marisa Cordeiro, 65 anos, acompanha o marido, Vilmar de Melo, 72, diagnosticado com câncer de próstata. “Participar do grupo fez toda a diferença para nós. Ele começou a ver a vida de outra forma, e nós dois sentimos uma melhora na saúde mental. Os profissionais são atenciosos e comprometidos”, conta.
A psicologia do grupo, coordenada por José Antônio Carvalho, destaca que homens muitas vezes evitam buscar apoio por causa de estigmas sobre masculinidade. “Participar do grupo ajuda a quebrar barreiras, aceitar a vulnerabilidade e fortalecer o tratamento”, afirma.
O programa “O câncer não espera. O GDF também não”, da Secretaria de Saúde, complementa o trabalho oferecendo atendimento ágil e humanizado pelo SUS. Pacientes oncológicos são incluídos em lista de prioridade e têm acesso a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo, sempre iniciando pela avaliação nas unidades básicas de saúde (UBS) mais próximas.
Para José e seus colegas, o Fortalecer é mais do que um grupo de apoio: é um espaço de esperança, amizade e resistência. “Aqui aprendemos a dividir o peso da doença e a encontrar força na companhia uns dos outros”, conclui ele.
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