Obras rurais mudam rotina de Água Quente e ampliam segurança viária

O cenário de quem circula por Água Quente começou a mudar com uma operação que levou máquinas e equipes do Governo do Distrito Federal para recuperar as principais vias de terra da região. A ação, conduzida pela Secretaria de Governo (Segov) e executada com apoio do DER-DF, da Seagri e da administração regional, está remodelando entre 40 e 60 quilômetros de caminhos usados diariamente por moradores, agricultores familiares e pelo transporte escolar.

A intervenção surgiu após reivindicações acumuladas de produtores e comunidades rurais. De acordo com Jânio Ribeiro, assessor especial da Segov, a prioridade foi estabelecida pelo secretário José Humberto Pires de Araújo. “O objetivo é simples: permitir que quem vive na área rural consiga se deslocar com segurança. Estamos focados nos trechos mais desgastados e usando materiais que aumentam a durabilidade das estradas”, explica.

O trabalho combina fresado do DER-DF, RCC fornecido pelo SLU e o cascalho reaproveitado das próprias vias, criando uma estrutura que reduz erosões e garante aderência ao solo. O reforço é essencial para o fluxo de ônibus que transportam alunos diariamente e para o abastecimento das granjas, que dependem de estradas firmes para o transporte de ração, equipamentos e aves.

Processo de revitalização

A engenheira civil Maíra Cavalcante, da Administração Regional de Água Quente, detalha a metodologia. “Antes de aplicar qualquer material, ajustamos o nivelamento da pista e corrigimos a passagem da água. Depois iniciamos a compactação e o espalhamento das camadas de RCC e cascalho. Realizamos tudo na seca para garantir maior resistência quando chega o período de chuva.”

Ela destaca que a estratégia de atuar preventivamente vem trazendo resultados. “Nas duas últimas temporadas chuvosas, os trechos atendidos anteriormente não tiveram bloqueios. Isso mostra o impacto da manutenção feita na hora certa.”

A recuperação inclui áreas estratégicas para a avicultura. Perto da Granja Didácio Milhomens, foram recuperados 10 km da DF-190, beneficiando cerca de 60 famílias. Já na região da Granja do Silas, outros 4,5 km receberam intervenções, assegurando trafegabilidade para aproximadamente 50 famílias e para as rotas de ônibus escolares.

No setor produtivo, a mudança é percebida imediatamente. “Quando chovia, ficávamos praticamente isolados. Agora a operação é contínua e segura. Nunca tínhamos visto uma ação dessa escala aqui”, afirma o arrendatário Eduardo Soares Pocebom, que trabalha na avicultura.

Os efeitos no dia a dia também são sentidos pelos moradores mais antigos. Tatiana Melo de Azevedo, há 35 anos na comunidade, lembra como a estrada delimitava a rotina.
“Teve um período em que os ônibus passavam dias sem conseguir chegar. Hoje conseguimos ir e vir sem aquela tensão de ficar preso por causa de crateras”, conta.

Para ela, a presença constante das equipes traz um novo ritmo à região. “Todo ano tem uma demanda nova, mas agora há continuidade. Isso reduz poeira, evita acidentes e dá mais tranquilidade.”

Proprietário de uma área beneficiada, Humberto Carneiro Ramos descreve o impacto na mobilidade. “Antes meu trajeto levava 15 a 20 minutos. Agora faço em três. A melhoria na estrada também diminui o desgaste dos veículos. A diferença é enorme.”

Gestão compartilhada

A força-tarefa funciona com divisão clara de responsabilidades: a Segov coordena e articula com a comunidade; o DER-DF fornece maquinário e fresado; a Seagri reforça com equipamentos e apoio produtivo; e a administração regional acompanha as atividades e mantém o contato direto com os moradores.

Para Jânio Ribeiro, a integração tem permitido entregar resultados mais rápidos e efetivos.
“A determinação do governador, reforçada pelo secretário José Humberto, é garantir que a área rural tenha acesso digno. É uma frente de trabalho extensa, mas transformadora”, afirma.