Distrito Federal

Motociclistas ganham atenção especial em ação que une conscientização e segurança no DF

Redação

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Com o barulho dos motores cada vez mais presente nas ruas e o número de acidentes envolvendo motos em constante crescimento, o Distrito Federal promove, nesta semana, uma ofensiva pela vida. O Pit Stop Educativo para Motociclistas, ação gratuita e aberta ao público, acontece até esta quinta-feira (31), no estacionamento em frente ao Eixo Cultural Ibero-Americano, no centro de Brasília.

Organizada pelo Detran-DF, em parceria com a Senatran, a Abraciclo e outras instituições, a atividade integra a Semana Nacional de Prevenção a Acidentes com Motociclistas. O objetivo: combater a violência no trânsito com informação, prática e conscientização.

Durante a programação, os motociclistas são recebidos por equipes que orientam sobre os cuidados com o veículo, desde a verificação de pneus até a troca de óleo. Passam por estandes temáticos, aprendem noções de primeiros-socorros e recebem alertas sobre riscos comuns, como a combinação entre direção e álcool ou a negligência com o ponto cego dos carros.

Para o Detran-DF, a ação vai além da função fiscalizadora. “Estamos nas ruas não apenas para aplicar multas, mas para formar condutores mais preparados e conscientes. Educação é o caminho mais eficaz para evitar tragédias”, explica Hugo Figueiredo, que atua na direção do órgão. Ele destaca que o evento é uma oportunidade de escuta e diálogo com quem vive a rotina sobre duas rodas.

E esse público é cada vez maior. Em 2023, o DF registrava cerca de 263 mil motocicletas em circulação. Em julho de 2025, o número já superou 285 mil. O avanço é puxado, sobretudo, pelo crescimento do setor de entregas e pela busca por alternativas de mobilidade rápida e acessível.

“Não é só a gente que erra”: o trânsito visto por quem pilota

Motoboy há oito anos, Alessandro da Conceição conhece de perto os perigos de pilotar na cidade. Para ele, o evento chegou na hora certa. “A maioria dos acidentes envolve nossa categoria. Às vezes, falta conhecimento técnico. Outras vezes, o que falta é atenção no trânsito — e nem sempre do motociclista”, afirma ele, que já sofreu uma colisão por falha de sinalização.

O entregador Alex Sandro da Silva, de 47 anos, conta que foi abordado enquanto trabalhava e decidiu participar. “No começo achei que fosse fiscalização, mas me explicaram que era um convite. Entrei e valeu a pena. Descobri que mesmo um pneu com friso pode estar deformado por dentro. Isso eu não sabia.”

Além disso, ele se surpreendeu ao aprender técnicas básicas de reanimação. “Nunca pensei que aprender isso num evento do Detran pudesse salvar vidas. Hoje, se eu vir alguém machucado na pista, já sei o que fazer.”

Alex reforça que a experiência vai além do momento: “A gente acorda sem saber se volta pra casa. Por isso, tudo que aprendi aqui vou levar comigo. No trânsito, não basta dirigir por você — tem que dirigir pelos outros também.”

Segurança além da teoria

A diretora do Departamento de Segurança da Senatran, Maria Alice do Nascimento, lembra que a campanha nacional vem para consolidar uma nova visão de trânsito: mais humana e cooperativa. “Segurança não é responsabilidade só do governo ou da fiscalização. É um pacto coletivo. Todos temos um papel nesse esforço.”

O evento em Brasília integra a primeira edição da Semana Nacional de Segurança dos Motociclistas, instituída após sanção da Lei nº 15.006/2024 e celebrada anualmente na semana do Dia Nacional dos Motociclistas, em 27 de julho.

Como complemento às ações educativas, o Corpo de Bombeiros do DF oferece um curso gratuito de pilotagem segura, com 30 horas de duração e três níveis de aprendizado. Temporariamente suspenso para reciclagem dos instrutores, o programa será retomado em setembro. As inscrições são feitas via WhatsApp, pelo número (61) 98167-7057.

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